Digitantes
.
Os usuários de Comunicação Facilitada, como também as demais pessoas com deficiência que usam a digitação em um teclado como forma alternativa de comunicação, são comumente chamados de "typers" nas comunidades de língua inglesa. A exemplo da palavra "cadeirante", que se refere à pessoa que utiliza uma cadeira de rodas para se movimentar, utilizaremos a palavra "digitante" para designar essa pessoa que utiliza a digitação em um teclado como meio de comunicação alternativa e aumentativa.
Abaixo seguem informações de alguns digitantes, usuários de CF no Brasil e no Exterior.
(As biografias dos usuários de CF no Exterior foram extraídas e traduzidas do website do Instituto de Comunicação e Inclusão da Universidade de Syracuse: https://soe.syr.edu/centers_institutes/institute_communication_inclusion/aac_users/default.aspx)
Pedro de Lucena vive em Recife, Pernambuco, e se comunica digitando desde 2011. Escreveu o poema "Desmotivo" e a prosa poética "Demências", publicadas na Revista Subversa de Literatura Luso-Brasileira (on-line). Pedro cursa o ensino médio no Colégio Grande Passo, e recentemente começou a dar palestras em eventos sobre autismo. Em setembro de 2016 se apresentou no I Encontro Brasileiro de Pessoas Autistas, em Fortaleza, Ceará. Pedro tem muito interesse em comunicar seus sentimentos e sua fé, inspirando pessoas com e sem autismo por meio da sua experiência.
Veja textos de Pedro na publicação Vozes do Silêncio e vídeos dele na seção Vida de Autista.
Chammi Rajaptirana vive atualmente no Sri Lanka e se comunica digitando desde 1991. Ele e sua mãe são os únicos instrutores de Comunicação Facilitada no país onde moram, e estão ajudando os outros a aprender o método. Chammi é também co-fundador/co-presidente da E.A.S.E., organização que visa ajudar as pessoas com deficiência a levar vidas produtivas e estimulantes, particularmente através de uma comunicação eficaz. Este trabalho o mantém ocupado e feliz, mas em seu tempo livre Chammi gosta de adicionar ao seu repertório cada vez maior de poemas publicados, ensaios e apresentações de conferências que realiza.
Jamie Burke vive em Syracuse, Nova York, EUA, e se comunica digitando desde a pré-escola. Jamie graduou-se na Universidade de Syracuse em maio de 2013 na Faculdade de Artes e Ciências. Além de seus estudos, Jamie gosta de ler, assistir à Orquestra Sinfônica, jogar boliche, ir ao Lago Ontário e ficar com sua família. Jamie tem usado a comunicação facilitada durante a maior parte de sua vida, e foi incluído em salas de aula regulares desde a pré-escola. A partir dos doze anos, aperfeiçoou suas habilidades de ler em voz alta suas palavras digitadas e também avançou em direção à digitação independente. Jamie Burke freqüentemente compartilha sua jornada através de sua escrita e apresentações, e pretende ensinar aos outros não apenas sobre CF, mas sobre respeito e comunicação verdadeira. Um documentário foi produzido sobre a vida de Jamie - "Inside the edge".
Jenn Seybert vive em Canastota, Nova York, EUA, e se comunica digitando desde 1995. Jenn começou sua graduação na Penn State University e completou o bacharelado em Psicologia no LeMoyne College, em Syracuse, NY, em 2006. Jenn tem mestrado em Estudos da Deficiência pela Universidade de Syracuse, sendo atualmente membro do Psi Chi, Sociedade Nacional de Psicologia. Na Pensilvânia, Jenn atuou na defesa de direitos e como palestrante especialista em autismo para o Escritório de Retardo Mental da Pensilvânia, colaborando com funcionários de agências de todos os níveis, professores, familiares e pessoas com deficiência, e organizando um grupo de defesa de direitos de pessoas com deficiência. Depois de se mudar para Nova York, continuou a dar palestras e participou de muitos treinamentos e conferências, sendo membro credenciado dos Parceiros do Estado de Nova York em Políticas. Jenn publicou numerosos artigos sobre autismo em jornais, revistas, boletins e livros e teve participação em dois filmes: "We thought you'd never ask" e "Kayla's voice". Ela é Vice-Presidente do Comitê Nacional de Autismo (AUTCOM) e associada da Networks for Training and Development, uma organização sem fins lucrativos de treinamento/consultoria. Jenn é ativa na promoção de "boas práticas" de CF e está progredindo em direção à digitação independente.
Tracy Thresher vive e trabalha em Barre, Vermont, EUA, e começou a usar Comunicação Aumentativa em 1990, sendo um dos primeiros indivíduos autistas de sua região a usar Comunicação Facilitada. Apresentou-se em workshops e conferências locais, estaduais e nacionais, e tem dado consultorias a escolas locais, sendo membro do Comitê Permanente Estadual de Vermont. Tracy trabalhou para a organização de auto-defesa Green Mountain Self-Advocates e mais recentemente tem trabalhado no Instituto de Comunicação e Inclusão da Universidade de Syracuse, como um dos principais instrutores. Ele e seu "parceiro no crime", Larry Bissonnette, são os protagonistas do filme documentário "Wretches & Jabberers e histórias da estrada". No filme, Tracy e Larry viajam para o Sri Lanka, Japão e Finlândia em uma busca global para mudar as atitudes sobre deficiência e inteligência, e em cada parada eles analisam atitudes públicas sobre o autismo e deixam um desafio esperançoso no sentido das pessoas reconsiderarem a noção de capacidade e o futuro das pessoas autistas.
Tyler Fihe se comunica digitando desde os seis anos de idade e sempre frequentou salas de aula inclusivas durante toda sua vida educacional. Estuda atualmente no Catabrillo Junior College em Santa Cruz, Califórnia, EUA. Há seis anos Tyler mora em sua própria casa, que divide com um colega que o ajuda apoiando sua comunicação. Tyler foi líder de um grupo de apoio para usuários de CF em San Jose, Califórnia, composto por 8 a 10 adolescentes e adultos jovens, usuários de CF, que aproveitam o tempo juntos para conversar sobre pensamentos, sentimentos e experiências. Tyler atualmente dedica seu tempo livre para escrever suas memórias.